Aparência não é evidência
24 de junho de 2009Aparência não é Evidência
Este ano é muito especial. Além das festividades anuais, é ano de copa do mundo e de eleições. Quanta emoção… E os negócios, como estão?
Temos lido que a arrecadação tributária federal sobre o consumo no primeiro quadrimestre de 2006 superou a dos últimos dez anos. Continuamos na contramão dos países desenvolvidos. Temos de decidir em que desejamos ser campeões. Enquanto a carga tributária média dos países emergentes se mantém em torno de 20% do PIB, a nossa encontra-se em 38%. Nesse “campeonato”, bom seria estarmos lanterninhas.
O brasileiro é um povo valoroso. Quantas vezes ouvimos hoje está ruim, mas amanhã será melhor. Quando falamos de carga tributária, a frase talvez seja: este ano está ruim, mas contenha-se, pois poderá ser pior no ano seguinte. Tenho de reconhecer que tem havido alguma inovação positiva (por exemplo PIS/Cofins). As burocracias impostas e novas leis continuam a nos causar instabilidades, tornando quase impossível o nosso dia-a-dia. E, assim, a estrada para o mercado informal alarga-se mais e mais…
Todo ano, em especial ano político, ouvimos declarações do que se tem feito e promessas do que será feito. Tenho me esforçado em compreender isso, mas as coisas que ouço têm sido diferentes das que vejo. Aparência não é evidência! Mas é muito mais fácil fundar-se nas aparências do que apresentar evidências. Precisamos de realizações que sejam práticas, percebidas e vistas em nosso dia de trabalho.
A Abras, sob a maestria de seu presidente, João Carlos Oliveira, e com o engajamento de vários presidentes de Associações Estaduais, tem dado largos passos na área política. Em casa local por onde passamos, fincamos a bandeira dos supermercadistas, e não podemos deixar que seja retirada de lá. Com muita dificuldade, foram derrubados diversos muros que nos separavam do poder público, os quais foram substituídos por pontes. Essas pontes têm de ser aprimoradas e fortalecidas. O setor supermercadista é sério e comprometido com o nosso país. Constitui-se na via vital que liga o empregador (governo e empresas) e o empregado. Se os supermercados não fizessem seu papel, organizando, distribuindo, oferecendo, proporcionando satisfação, atuando no combate direto da inflação, etc., quem atenderia a essas necessidades? Sabemos quão importantes são os supermercados na vida das pessoas.
Precisamos de uma palavra de ordem para nos reunirmos em volta dela. Precisamos de um debate com candidatos que tenham um real compromisso com a Nação Brasileira e que desejam nossos votos na esfera municipal, estadual e federal. Homens para o Executivo e o Legislativo que nos mostrem propostas claras e objetivas para o nosso setor. Precisamos de homens de atitude, que construam evidências e não apenas falem da existência de aparências. Está em nossas mãos essa decisão!
Por João Carlos de Figueiredo Neto
Artigo publicado na Revista Super-Hiper de ago/2006