MAGAZINE LUIZA PREVÊ ABRIR ATÉ 50 LOJAS
11 de dezembro de 2014Por Adriana Mattos | De São Paulo
Depois de o Grupo Pão de Açúcar confirmar manutenção nos investimentos em 2015, o Magazine Luiza, varejistas de eletroeletrônicos e móveis, também não deve ampliar a soma investida no próximo ano, mantendo o patamar de R$ 140 milhões a R$ 150 milhões. O plano é abrir de 40 a 50 lojas no próximo ano, acima dos 23 pontos inaugurados neste ano, disse ontem o diretor superintendente Marcelo Silva, em reunião com analistas.
Abrir mais lojas sem ampliar desembolsos é possível se os gastos por metro quadrado se reduzem (caso do GPA) ou se o perfil dos desembolsos muda de um ano para outro. Em 2014, o Magazine Luiza, além das 23 aberturas, finalizou cerca de 60 reformas de lojas, que também exigem investimentos altos. Se uma reforma consome até R$ 800 mil nos pontos da rede, as aberturas têm girado em torno de R$ 1 milhão a R$ 1,5 milhão.
Para 2015, serão mais aberturas, mas menos reformas, o que acaba levando a uma estabilidade nos desembolsos previstos. A varejista fechará o ano com 750 unidades.
Parte da estratégia de expansão orgânica será pela aquisição de pontos de lojas já fechadas ou unidades em operação de pequenas redes, em que a empresa pode adquirir apenas o espaço físico. “Existem oportunidades para comprar 10, 15 lojas. Não adquirimos a rede, mas o ponto. Fizemos isso em Fortaleza agora, onde compramos dez pontos”, disse Luiza Trajano, diretora presidente da varejista.
“Já tínhamos uma base maior em Recife e Salvador, mas faltava Fortaleza. Comprando lojas dessa forma, não precisamos pagar ‘goodwill’, por exemplo [que inclui imagem da marca, carteira de clientes, conhecimento dos funcionários]”, afirma Silva.
No encontro com investidores e analistas ontem, a empresa informou que trabalha com manutenção da margem bruta para 2015, na faixa de 28% (estava em 27,6% no acumulado até setembro), evolução da margem no Nordeste (empresa não informa o índice, mas está abaixo da média) e aumento na venda de serviços financeiros. A respeito da proposta de manter margem, Silva disse que esta expectativa não é desprezível. “Temos um Nordeste com uma margem menor e o comércio eletrônico, que cresce mais, também com uma margem não tão alta, então não é pouco o que queremos”.
Além disso, em relação à margem de lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda), a companhia pretende reduzir despesas com logística em 2015 (não informa valor), o que pode afetar positivamente o índice. A margem Ebitda, que já esteve em 7% em 2010, caiu para 6% entre 2011 e 2012 (período para integrar aquisições), foi para 5% em 2013 e fechou em 6,1% em setembro. “Em 2015, com mais lojas maduras, voltamos para margem Ebitda de 7%”, disse o diretor financeiro Roberto Bellissimo.
A questão das despesas é tópico recorrente nas conversas da varejista com o mercado. A rede vem tentando diluir as despesas, pelo aumento na receita (subiu 25% até setembro) e diz que tem buscado aumentar controles sobre despesas fixas (como na área administrativa e por meio de uma integração maior entre os oito centros de distribuição). As despesas operacionais caíram 22% até setembro.
Fonte: http://www.valor.com.br/empresas/3812316/magazine-luiza-preve-abrir-ate-50-lojas#ixzz3La1ErAbu