Fusões e aquisições cresceram 9% no 1º bimestre, diz PwC
26 de março de 2018São 97 operações
Investidores nacionais predominam
Apenas no mês de fevereiro foram verificadas 50 operações, aumento de 42% em relação ao mesmo mês de 2017.
Para Rogério Gollo, sócio da PwC, o aumento sinaliza a consolidação da recuperação econômica. “Há 1 ano, ainda tínhamos inflação crescente, juros altos, recessão sem prazo para acabar e cenário político instável. Hoje, com exceção da política, os outros 3 fatores deram sinal de melhora. Essa conjuntura faz com que as empresas comecem a fazer planos de investimentos e as transações aumentem”, explicou.
Para 2018, a PwC projeta uma alta de 20% no número de fusões e aquisições na comparação com 2017. Gollo destaca, entretanto, que o crescimento levaria o país ao mesmo patamar observado há cerca de 5 anos. “Nós retrocedemos de 5 a 6 anos em termos de transações. Estamos recuperando essa perda.”SUDESTE À FRENTE
No acumulado do ano, 72 transações foram realizadas na região sudeste, o que corresponde a 74% do total. Só o Estado de São Paulo concentra quase 60% das operações.
Em 2º lugar fica a região sul, com 11% do total, seguida por centro-oeste, com 4%, e norte e nordeste, com 2% cada.
Há, ainda, 7 transações realizadas fora do Brasil, que representam 7% do total.
CONCENTRAÇÃO EM TI
Das 97 operações registradas em 2018, 23 se deram no setor de TI (Tecnologia da Informação). Isso significa 1 aumento de 130% em relação a 2017, quando haviam sido realizadas 10 transações nesse segmento.
Nessa área, a PwC destaca o aporte de US$ 22 milhões da VentureCity, IFC e Ventech na plataforma RecargaPay e o aporte do fundo de investimento CVentures na empresa DT+Seekr, sem valor anunciado.
Outros setores em destaque são Financeiro, com 10 negociações, Serviços Públicos, com 8, e Serviços Auxiliares e Químicos, ambos com 7 operações.
PARTICIPAÇÃO NACIONAL
No acumulado do ano, o número de investidores nacionais superou o de internacionais em aquisições e compras minoritárias. Foram 50 negociações realizadas por investidores brasileiros, contra 37 de investidores estrangeiros.
Em 1 ano, a participação nacional nessas operações cresceu 19%, já que no mesmo período de 2017 haviam sido observadas 42 transações.
Segundo Gollo, a alta é explicada pelo fato de que o investidor nacional percebe antes a melhora no cenário econômico e, por isso, se antecipa nas operações. “O investidor estrangeiro é mais cauteloso, chega depois de 1 tempo. Para este ano, esperamos crescimento nas transações realizadas pelos dois grupos.”
MODALIDADES
Até fevereiro, as aquisições foram a modalidade com maior volume de negociações, com 65 transações. A alta é de 33% em relação ao mesmo período do ano passado.
Foram registradas também 22 operações de compra, 2 joint-ventures, 5 fusões e 3 incorporações.